eu tenho medo que o tempo me devore. que eu esteja sendo devorada sem perceber. me engula com gosto pedaço por pedaço saboreando cada parte de minha carne e minha alma. porque para ele sou prato farto que o teme o xinga, o destrata as vezes até finge que o mata. reconheço: sou fraca diante do tempo. ele me provoca me regendo destruindo controlando atravessando atropelando atrofiando bagunçando confundindo. o tempo me bebe, me bebe sorrindo, me bebe sabendo que faz dos meus dias inacabados. bebe gole por gole de mim,fica bêbado com a minha história, fica embriagado com a minha escrita, fica de ressaca pela minha vida. o tempo é arrogante, ele sabe que tem espaço no meu ódio e insatisfação, ele sabe que nomeia esse poema, ele sabe que é meu maior problema. o tempo é sádico. somos hóspedes de sua pensão, por condição. pensão suja, de graça, puteiro, prisão. quando preciso de trégua, chance, liberdade, libertinagem, ele não concede. tempo puto tempo curto tempo rápido tempo devasso tempo escasso.
(...) pois quando um garoto gosta de verdade de uma garota, ela não precisa fazer nenhum esforço para ele querer estar a seu lado."
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