Quem sou eu

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Ela era a última menina sozinha daquela cidade. Sarah, dezessete anos, filha de pais separados, um metro e sessenta e dois centímetros de drama, sorrisos e amores. Com cabelos na altura do seu ombro. E ela adorava se comparar a Capitu, a personagem de Machado de Assis. sábado, 07 de agosto de 2010 ____________________ Engraçado, a última vez que editei essa descrição eu tinha dezessete, hoje tenho vinte e um, continuo com a mesma altura, cresci só espiritualmente! Ah! Meus cabelos também cresceram, e não me sinto tão sozinha quanto antes, e eu ainda tenho um coração maior que o mundo. 26/07/2013

sábado, 12 de abril de 2014

Hoje escrevi uma carta! Quanto tempo! Nem lembrava mais como era minha fonte... ops... minha letra. 

E que diferença da comunicação moderna! Uma carta é mais viva, mais humana e exige mais tempo para pensarmos no que iremos dizer. Talvez por isso antigamente lia-se menos besteiras. Apagar nem pensar, dá muito trabalho...
O legal mesmo é que a carta leva um pouco de você, nos garranchos, no til que não sai em cima da letra certa, no papel que você usa, na caneta que você escolhe, nos dois dedos de parágrafo ou nas linhas que você pula, na letra, que é TUA e SÓ TUA. Leva até teu cheiro, mesmo que você não faça o estilo brega que espirra perfume no papel. Leva teu DNA.

Eu sou um tecnoaholic, viciado em novas invenções e apaixonado pela evolução da informática. Vi o Windows nascer, o telefone celular encolher e a internet conectar uns aos outros. Sou da época do DOS e dos monitores monocromáticos, dos disquetes com capacidade para armazenar 1,44Mb de informação, do ZIP Drive, do mIRC, do TELNET, bate papo do UOL e do Orkut (estranho pensar que um dia o Facebook será passado - o que virá?). Sou das antigas e vi o bicho digital crescer e tomar forma. E me apaixonei por ele.

Vi o quanto ganhamos mas vi algo se perder no caminho. Somos cada vez menos mortais atrás destas telas LCD se pensarmos que um dia fomos mais VIDA, debruçados numa folha de papel. No ato de escrever, a evolução nos padronizou. As mesmas fontes, os mesmos emoticons, as mesmas reticências... a mesma falta de personalidade.

"Como é o seu "B"? "Olha, o G dele parece um C". Passado.

Hoje a regra é uniformizar para banalizar: a cultura, o pensamento, os gostos, a ignorância, a morte, a violência, o estupro, a vida. Tudo ficou comum. Perde-se uma vida ali na esquina como perdia-se o ônibus.

Não sou contra a evolução, mas se resgatarmos alguns valores do passado, talvez possamos juntar algo de bom a esse presente podre e nojento que nos lambuza.

Escrever uma carta para quem você ama pode ser um bom recomeço.

Um comentário:

  1. Eu adorei o texto e eu realmente acredito nisso. Eu tava querendo fazer um projeto para mandar uma "carta" com uma mensagem bonita para as pessoas desconhecidas, resgatar um pouco do passado. Beijos!!!

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