A mudança começa na gente, eu sempre soube, mas me controlar é difícil até pra mim mesma. Não faz muito tempo, andei reparando que eu baixei a guarda sem perceber, me distraí, me rendi sem querer. Tava muito mais próxima do que eu tenho horror do que das coisas que eu sempre lutei a favor e não sei em que momento exatamente essa transição aconteceu, mas fico feliz por ter percebido a tempo. Me concentrei tanto em táticas e equipamentos de defesa cega, de tudo e de todos, que acabei me deixando corromper. Quem roubou minha coragem, minha natureza de dar a cara a tapa, eu acho que nunca vou saber... mas sei quem me fez olhar bem fundo no espelho e repensar se era aquela imagem refletida que eu queria ser, que eu construí, que eu admiro. Hesitar foi a pior resposta que eu poderia ter tido. Sou forte, novas feridas já não sangram, mas e aí? Tô cinza. Minha força nunca foi essa, nunca foi bruta. E a partir de hoje eu vou dar início ao processo de enfraquecer. Porque ser assim, não sendo, não vale a pena. Vou procurar um meio termo, uma posição saudável, não sei. Mas não sentir dor também dói, porque aqui dentro fica tudo oco e o vazio pesa toneladas. Não sentir não me pertence, porque depois de estar dos dois lados eu tive certeza que as minhas crenças e ideologias de antes, puras e anteriores a todo o sangue derramado, eram quem eu realmente sou e o que eu acredito. Isso aqui agora é só cara de mau pra me poupar de tudo que eu viveria de peito aberto, se fosse ontem. Então chega de corpo, mente e alma fechados.
Vida, vem cá, que eu voltei!
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